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Move Ceará ouve demandas da agricultura familiar em Iguatu
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O Move Ceará chegou ao município de Iguatu na manhã desta terça-feira (17/05). O município é o representante da região Centro-Sul, a última das 14 macrorregiões cearenses a serem visitadas pela campanha. Conforme a secretária-executiva do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa e idealizadora da iniciativa, Luiza Martins, haverá ainda três escutas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) quanto aos setores Comércio e Indústria, com datas e locais ainda a serem definidos.

Em Iguatu, os principais setores produtivos dos 15 municípios da região Centro-Sul ouvidos pelo Move Ceará foram a agricultura familiar e o agronegócio. Além de Iguatu, compõem a macrorregião os municípios de Cedro, Icó, Orós, Quixelô, Lavras da Mangabeira, Baixio, Ipaumirim, Umari, Várzea Alegre, Antonina do Norte, Cariús, Jucás e Tarrafas.

PREÇOS ALTOS E CAPACITAÇÃO

Além das demandas tradicionais da agricultura familiar e agronegócio, como a deficiência hídrica, foram levantadas as questões referentes ao preço dos insumos para bovinocultura, a indisponibilidade de crédito para os agricultores e a capacitação dos agricultores.

Conforme Francineudo Barbosa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Orós, a bovinocultura de leite tem enfrentado dificuldades envolvendo o preço da compra de insumos para criação dos animais, que estão mais altos, e o preço de venda do leite produzido, que está mais baixo. Segundo ele, a atividade não dá retorno financeiro. Da mesma forma, a escassez hídrica e a falta de condições para a utilização de uma agricultura irrigada afeta negativamente a produção, tornando o município refém da irregularidade das chuvas.

Ele também ressaltou que os trabalhadores da piscicultura enfrentam dificuldades semelhantes. O baixo volume de água do açude Orós, conforme explicou, tem reduzido a produção, fazendo com que as famílias produtoras acumulassem dívidas, por não terem como pagar antigos financiamentos, e sem poderem realizar novos financiamentos para retomar a produção.

“Seria preciso um programa do Governo Federal ou algum tipo de benefício que possibilitasse a abertura de crédito para as famílias piscicultoras, pois a produção quase zerou nos últimos anos, gerando uma grande dificuldade para estas pessoas”, disse.

O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico de Iguatu, Wellington Uchoa, reforçou a necessidade de assistência técnica, mas também de capacitação ou programas que ofereçam informação aos agricultores. “Tentamos sempre aperfeiçoar o trabalho no campo, mas é preciso mais, que os trabalhadores rurais entendam como se faz um bom uso do solo, por exemplo, ou as melhores formas de cuidar de determinado tipo de cultura, sempre em consonância com as legislações ambientais. Mas para isso é preciso que os órgãos competentes cheguem até os municípios com essas oportunidades”, apontou.

Outras demandas levantadas pelos presentes dizem respeito, principalmente, à melhoria do serviço oferecido pelos programas de distribuição de sementes, e ao fomento da educação para os jovens e mulheres do campo.

PRÓXIMAS ETAPAS

A região Centro-sul foi a última das macrorregiões cearenses a receber o Move Ceará. A campanha deve visitar, ainda, na próxima semana, com datas e locais a definir, três municípios da RMF. Conforme Mariana Chaves, coordenadora do Move Ceará, após o encerramento das escutas, começa o processo de depuração dos manifestos levantados em cada macrorregião, para então partir para a elaboração de propostas.

“Nós conseguimos coletar um material muito rico durante esses encontros, e é importante compreender que não vamos poder resolver 100% dos problemas em curto prazo. Nós pretendemos separar as demandas mais urgentes e recorrentes e propor soluções no curto prazo, mas de toda forma, nós vamos trabalhar todo o corpo de demandas, transformá-las em propostas, para que possam ser aproveitadas pelas futuras gestões e incluídas no orçamento estadual”, disse.

Ela lembrou que os manifestos elaborados até agora já podem ser conferidos na plataforma do Move Ceará e está à disposição dos gestores municipais que quiserem embasar novas políticas, além de calendário e cronograma do projeto.

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