Em entrevista exclusiva ao Podcast do Rubão, direto de seu gabinete no Senado Federal nesta sexta-feira (23), o senador cearense Eduardo Girão (NOVO) celebrou uma importante conquista legislativa: a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de sua emenda que reduz o mandato de senador de dez para cinco anos. Segundo ele, a proposta foi fruto de muita articulação, debate e, sobretudo, convencimento político.
“Ia ser dez. Aprovamo. Cê soube da vitória que a gente teve anteontem, né? […] Graças ao nosso mandato, uma emenda minha… a gente discutiu, debateu, conseguimos convencer todo mundo e caiu de dez pra cinco”, afirmou Girão.
A emenda foi aprovada por unanimidade na CCJ — um feito raro no atual cenário político. Para o senador, o novo modelo traz mais isonomia entre os mandatos e evita o que chamou de “quase um mandato vitalício”.
Mas a proposta não para por aí. Girão também destacou que a mudança vem acompanhada de outra pauta de peso: o fim da reeleição no Brasil. A medida, segundo ele, é essencial para moralizar a política e permitir gestões mais responsáveis.
“O fim da reeleição nós conseguimos aprovar também. Isso acaba com essa história de eleição de dois em dois anos, que custa cerca de R$ 10 bilhões ao país. Prefeitos, governadores e presidentes ficam reféns da próxima eleição, deixam de tomar decisões duras com medo de se desgastar”, explicou.
Apesar do avanço na CCJ, Girão alertou para a resistência nos bastidores do Congresso. Segundo o senador, setores do chamado “sistema” já tentam barrar o avanço das propostas no plenário. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, teria sinalizado uma possível postergação da votação final após pressão de colegas que defendem mandatos mais longos para o Senado.
“O sistema já reagiu. Ontem, na reunião de líderes, Alcolumbre disse: ‘Vamos esperar’. Porque já teve senador dizendo: ‘Cinco anos não. Senador tem que ter mais tempo, tem que ter privilégio’.”
Ainda assim, Girão garantiu que a batalha está longe de terminar:
“Deixamos uma bomba armada. Na hora de votar, vai ter que ser digital: quem quer dez, quem quer cinco. Vamos ver quem realmente está do lado do povo.”
A proposta segue agora para duas votações no plenário do Senado antes de avançar para a Câmara dos Deputados.