
Após quatro dias de uma intensa jornada de aprendizado, chegou ao fim nesta sexta-feira (14/11), em Portugal, o Programa de Educação Executiva Internacional em Economia Azul, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), com apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará), em parceria com a prestigiada Nova School of Business & Economics (Nova SBE). Vinte e nove líderes empresariais, executivos e gestores cearenses participaram da iniciativa, cujo objetivo é compreender as tendências globais e transformar conhecimento em estratégia para o desenvolvimento industrial do Ceará.
Com professores renomados, conteúdos contemporâneos e uma abordagem profundamente conectada às transformações da agenda global, o programa foi encerrado em um momento solene conduzido pelo presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, e pelo CEO da Nova SBE, Pedro Brito, com a entrega dos certificados aos participantes.

Ricardo Cavalcante explicou que o programa é resultado de uma visão de futuro que coloca o Ceará em diálogo direto com centros globais de excelência. “A indústria precisa se qualificar sempre, e este programa mostra o que é possível quando há coragem para avançar e construir parcerias sólidas. Este não é um encerramento, é o início de uma jornada ainda maior entre a FIEC e a Nova SBE”, afirmou.
O presidente enfatizou que a missão permitiu aos participantes “sair da zona de conforto” e mergulhar em temas de grande relevância no contexto atual, como inteligência artificial, economia do mar e dinâmicas de mercado. Para ele, o maior valor do programa está na capacidade de estimular uma mudança de mentalidade, não apenas entre empresários, mas também entre gestores públicos e colaboradores das instituições do Sistema FIEC. “O conhecimento é a alma de tudo”, afirmou o presidente, reforçando o compromisso da Federação em promover a captura, internalização e difusão do conhecimento estratégico.
Ricardo Cavalcante também enfatizou que o avanço da indústria cearense depende do fortalecimento contínuo do ecossistema formado por empresários, universidades e governo. Para ele, o ritmo acelerado das transformações globais exige aprendizado constante. “O conhecimento muda a cada momento. Não podemos esperar um ou dois anos para fazer um programa desses de novo. Temos que estar sempre fazendo”. Nesse sentido, ressaltou o papel do Sistema FIEC (SESI, SENAI e IEL) em promover formação, inovação e competitividade. “Estamos compreendendo o que há de melhor no mundo para levar ao nosso estado. É assim que seguimos transformando, com velocidade e responsabilidade, a realidade industrial do Ceará”, declarou.
O CEO da Nova SBE, Pedro Brito, afirmou que a parceria com a FIEC simboliza a união entre indústria e academia na construção de uma agenda contínua de conhecimento, inovação e cooperação internacional. Em sua fala, ele ressaltou a excelência do programa e a visão institucional que permitiu sua realização. “A Nova SBE mostrou uma extraordinária capacidade de abrir caminhos novos. Aceitou a provocação e, em pouco tempo, construímos juntos um programa que hoje entrega resultados concretos”, afirmou. Para ele, o sucesso da iniciativa se traduz no vínculo criado entre os participantes e na certeza de que momentos de reflexão qualificada são essenciais para lidar com os desafios do “mundo real”.
O ponto alto do evento foi a formalização da parceria inédita entre a FIEC e a Nova SBE. O protocolo assinado prevê ações conjuntas já planejadas para 2026, conectando ainda mais o ambiente industrial brasileiro ao ecossistema de conhecimento produzido em Portugal. “Essa parceria inaugura uma nova etapa. O conhecimento gera responsabilidade. Ele precisa ser partilhado, multiplicado. Queremos que aqueles que passaram por aqui inspirem outros a seguirem esse caminho”, disse.
Com a conclusão da agenda, os 29 participantes retornam ao Brasil levando não apenas novos conhecimentos, mas o compromisso, destacado pelos palestrantes, de disseminá-los nos ambientes onde atuam.
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O quarto e último dia do Programa de Educação Executiva Internacional em Economia Azul apresentou uma visão integrada sobre o futuro do setor, conectando estratégias de sustentabilidade, os setores emergentes da biotecnologia marinha e as novas fronteiras das finanças voltadas à preservação dos ecossistemas oceânicos.
A programação teve início com a palestra do professor Luís Veiga Martins, diretor acadêmico da Nova SBE, intitulada “Estratégia de Sustentabilidade e Economia Azul para o Futuro”. Em uma exposição inspiradora, Veiga Martins destacou a necessidade de articular políticas ambientais, de inovação e de governança para impulsionar o desenvolvimento sustentável dos mares. Reforçou ainda que Portugal, referência mundial na temática, tem desempenhado papel decisivo ao alinhar sua estratégia nacional ao European Green Deal e ao consolidar a Economia Azul como pilar fundamental de seu crescimento.
A segunda conferência do dia trouxe a professora Joana Moreira, que apresentou o tema “Setores Emergentes da Biotecnologia Azul”, revelando o vasto potencial da bioeconomia marinha em áreas como saúde, alimentação, biomateriais e soluções tecnológicas baseadas na natureza. Sua fala evidenciou como a biotecnologia aplicada aos ecossistemas oceânicos se consolida como um dos campos mais promissores para a indústria global, abrindo oportunidades ainda pouco exploradas pelo setor produtivo tradicional.

Na sequência, a especialista Ana Jantarada, líder do BNP Paribas Sustainability Centre, conduziu a palestra “Finanças Sustentáveis pela Lente de Economia Azul”. Com profundidade técnica e visão estratégica, Jantarada abordou os novos mecanismos de financiamento voltados à sustentabilidade, destacando a urgência de estruturar fluxos de capital capazes de estimular projetos que conciliem desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Segundo ela, o futuro da economia oceânica depende da capacidade de alinhar investimentos responsáveis a modelos de governança robustos e transparentes.
Entre os participantes, o empresário Marcelo Tavares, filiado ao Sindcerâmica, destacou a profundidade da experiência. “A estrutura da Nova SBE é impressionante e o nível dos speakers é excepcional. Descobrimos que a Economia Azul vai muito além da pesca e da logística marítima, pois envolve conectividade oceânica, geração de energia limpa, mobilidade marítima, produção de alimentos e soluções sustentáveis com enorme potencial de expansão. Foi como descobrir um universo novo, repleto de inovação, IA, IoT e possibilidades que sequer imaginávamos”, comentou.

Marcelo ressaltou ainda o impacto das visitas técnicas realizadas durante o programa. “Foi enriquecedor ver na prática o que estudamos em sala. Para mim, que venho do setor cerâmico, ficou claro como as boas práticas da Blue Economy podem ser adaptadas e aplicadas em nosso segmento. Saio daqui com uma visão renovada sobre competitividade, sustentabilidade e inovação”, completou.
O Programa de Educação Executiva Internacional em Economia do Mar marca, assim, o início de uma nova agenda de colaboração entre Ceará e Portugal. Fortalecido pela conexão com uma das instituições acadêmicas mais prestigiadas da Europa, o programa reafirma o compromisso da FIEC e do IEL Ceará em preparar a indústria cearense para os desafios globais, impulsionando a inovação, a sustentabilidade e a integração com o que há de mais avançado na economia mundial.

