O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, fez um alerta contundente durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (6), ao lado do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Amílcar Silveira. Segundo Cavalcante, os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros têm dimensões semelhantes aos efeitos econômicos de uma pandemia.
“Estamos vivendo um momento pré-pandêmico. E não é só aqui, é no Brasil inteiro. Os efeitos desse tarifaço colocam em risco mercados estratégicos conquistados com muito esforço”, declarou.
Cavalcante destacou o risco de perda de espaço do Brasil – e, especialmente, do Ceará – no comércio exterior. Segundo ele, países concorrentes como o Vietnã já começam a se beneficiar da crise, aproveitando a redução das exportações brasileiras para ocupar mercados como o dos Estados Unidos.
“Enquanto o Brasil é taxado em 50%, o Vietnã, que exporta castanha de caju, está entrando com 25% e tomando mercado. A luta que o Ceará travou para alcançar 50% das exportações para os EUA, nenhum outro estado conseguiu. Isso precisa ser defendido com firmeza”, alertou.
Além do comércio exterior, o presidente da FIEC também apontou riscos ao mercado interno, citando o aumento da entrada de aço chinês no Brasil, que já representa mais de 40% em menos de um ano. Para ele, é fundamental que o governo federal imponha cotas de proteção para equilibrar a concorrência e preservar a indústria nacional.
“Não podemos perder o mercado externo e, ao mesmo tempo, ver nossa indústria ser engolida aqui dentro. Precisamos de medidas concretas e urgentes”, reforçou.
Apesar do cenário desafiador, Ricardo Cavalcante encerrou sua fala com uma mensagem de confiança no potencial do povo cearense:
“O que temos de melhor é o cearense. São as pessoas que fazem as empresas acontecerem. Não são as máquinas, são as mãos e o coração de quem trabalha.”