O comércio exterior cearense sofreu impacto negativo no mês de abril em consequência da pandemia mundial de covid-19. É o que mostra o estudo Ceará em Comex, realizado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). De acordo com o levantamento, o Ceará exportou US$ 126,8 milhões no mês de abril de 2020, o que representa uma redução de 40,1% se comparado com o mês anterior. É o pior resultado mensal do ano. Já as importações cearenses somaram US$ 156,9 milhões, apresentando uma retração de 38,9% se comparado com o mês anterior. Confira o estudo completo AQUI.
No acumulado do ano de 2020, as exportações apresentam uma redução de 7,4% se comparado com o ano anterior, somando US$ 682,2 milhões. Quanto as importações, apesar da queda das compras no exterior no mês de abril, no acumulado do ano o resultado permanece positivo, totalizando US$ 825,9 milhões que corresponde a um crescimento de 23,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
O impacto na balança comercial do estado pode ser observado através da variação negativa de 314,4% e saldo comercial com déficit de US$ 143,6 milhões.
O registro negativo das exportações e do Ceará em abril impactaram o desempenho da balança comercial cearense do Nordeste, apresentando uma participação de 13,69% para o período de janeiro a abril de 2020. Apesar da redução das importações no mês, a participação cearense apresentou melhor resultado no período registrando 15,33% nas aquisições da região.
No que se refere a balança comercial brasileira, as exportações do estado representaram 1,01% e as importações registraram participação de 1,49% o acumulado do período analisado, se comparado com o ano anterior.
O município de São Gonçalo do Amarante, principal exportador cearense, registrou uma redução de 5,7% no período acumulado. As exportações que totalizaram US$ 357,5 milhões correspondem a 57,8% do montante exportado pelo estado. O município de Caucaia também sofreu redução de 9,1% se comparado com o mesmo período do ano anterior.
O tradicional exportador de calçados, o município de Sobral, que ocupa a terceira posição no ranking, sofreu redução de 22,5% e registrou exportações no montante de US$ 48,5 milhões.
O destaque positivo se dá para o município de Icapuí com crescimento de 101,8%, alavancado principalmente pela exportação de frutas, em especial de melões, e de peixes e crustáceos.
Com redução de 7,2% nas exportações, o setor de “ferro fundido, ferro e aço” registrou US$ 352,6 milhões no período analisado. Esse valor representa mais de 63% do total exportado pelo Ceará em 2020.
O setor de calçados sofreu redução de 24,1% exportando apenas US% 75,3 milhões em 2020. O setor, que de janeiro a abril de 2019 representava 17,7% das exportações do estado, passa a representar apenas 13,5% em 2020. Os principais produtos do setor perderam posição na pauta exportadora do estado nesse ano.
Outros setores tracionais da pauta exportadora cearense perderam espaço em 2020, como é o caso do setor de gorduras e óleos animais e vegetas, em especial cera de carnaúba. O setor sofreu redução de 35,5%. O setor de peles e couros e o setor de peixe e crustáceos registraram quedas de 41,1% e 25,9%, respectivamente.
Já o setor de frutas apresentou aumento de 16,1%, impulsionado pelas exportações de melão. Só a fruta foi responsável por US$ 14 milhões em exportações, crescendo 141%, se consolidando como o 8o principal produto exportado pelo estado.
O setor de “minérios, escórias e cinzas” cresceu 422,8% em 2020. Esse resultado corresponde a continuidade das vendas de manganês do Ceará para países asiáticos. O produto “Outros minérios de manganês e seus concentrados, incluindo os minérios de manganês ferruginosos e seus concentrados, de teor em manganês de 20 % ou mais, em peso, sobre o produto seco” registrou US$ 10,9 milhões em exportações, que corresponde a um crescimento de 392,9%.
Apesar da redução de 43,2% para 34% em participação, os Estados Unidos permanecem como o principal destino das exportações cearenses. Até abril de 2020, o país já comprou mais de US$ 232,5 milhões em produtos do estado. Em segundo lugar, o Canadá apresenta um crescimento de 726,3% comprando mais de US$ 65,3 milhões. Os produtos do setor de ferro e aço foram os mais procurados pelo país, seguido de castanha de caju e partes automotivas.
Outros países também buscaram produtos de ferro e aço no estado, como é o caso da Turquia e da Bélgica, que apresentaram crescimento de 6.394% e 2.963%, respectivamente.
Apesar da pandemia de covid-19, a China está em quinto lugar como destino das exportações do Ceará, com crescimento de 147,9% e exportações no valor de US$ 36,1 milhões. Os principais produtos de interesse do país foram ferro e aço, manganês e cera de carnaúba.
CEARÁ EM COMEX – ABRIL 2020 – Acesse AQUI o conteúdo completo