O PL reuniu, nesta terça-feira (2), suas principais lideranças nacionais para tratar do impasse envolvendo as articulações conduzidas pelo deputado federal André Fernandes no Ceará. Após a reunião, Flávio Bolsonaro, Rogério Marinho e o próprio André afirmaram que houve um “ruído de comunicação” que levou ao desgaste público ocorrido no fim de semana — especialmente porque Michelle Bolsonaro não tinha conhecimento do movimento.
Flávio Bolsonaro declarou que Michelle e André estão “totalmente alinhados” e que o problema foi resultado da dificuldade de comunicação interna, agravada pela situação de Jair Bolsonaro. Segundo ele, o ex-presidente tem apenas “30 minutos por semana” de contato com a família, enfrenta problemas de saúde e vive em condições que considera degradantes na sede da Polícia Federal. Essas limitações, afirmou o senador, prejudicaram o fluxo de informações sobre o Ceará.
Rogério Marinho reforçou que André Fernandes é hoje “uma revelação da política brasileira” e que todas as articulações feitas no estado tinham anuência direta de Jair Bolsonaro, mas que o ex-presidente foi impedido de se comunicar com seus aliados por mais de cem dias. Para Marinho, isso gerou falhas não apenas no Ceará, mas em outros estados. Ele classificou o cenário como uma tentativa de “enterrar politicamente” Bolsonaro ao isolá-lo de seus correligionários.
Já André Fernandes confirmou que, desde abril, vinha conduzindo conversas políticas com autorização de Jair Bolsonaro — inclusive com Ciro Gomes, que, segundo ele, tem se posicionado como opositor ao PT no Ceará. O deputado afirmou que buscava construir um projeto capaz de enfrentar o grupo governista em 2026, mas reconheceu que, diante do ruído interno, o partido irá “dar uma pausa” e repensar todos os passos.
Fernandes declarou que seguirá trabalhando pela derrota do PT no Ceará e que se mantém com “total confiança” da família Bolsonaro e da direção nacional do PL. O deputado também afirmou que continuará liderando o partido no estado enquanto o PL reorganiza seus palanques para 2026.
A direção nacional deve anunciar novos encaminhamentos após ouvir novamente André Fernandes e reavaliar quais cenários têm maior viabilidade eleitoral no Ceará.

