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FIEC e Sindienergia-CE realizam o primeiro Energia em Pauta do ano com o tema “Benchmarking Internacional da Regulação em geração distribuída”
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Na última quinta-feira, 04/03,  o Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), retomou um dos seus principais eventos de discussão do setor, o Energia em Pauta, em formato online.

Realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento chegou à sua 8ª edição abordando o tema “Benchmarking Internacional da Regulação em Geração Distribuída”, e teve uma grande aceitação por parte do público, formado, em sua maioria, por empresários, profissionais do setor de energia, estudantes e demais interessados no assunto.

O palestrante da edição foi Joaquim Rolim, coordenador de energia da FIEC, diretor técnico e conselheiro deliberativo da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída). Participaram do debate, ainda, o presidente e co-fundador da ABGD, Carlos A. F. Evangelista; a Vice-presidente de Geração Distribuída do Conselho de Administração da ASOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Bárbara Rubim, e o Diretor de Geração Distribuída do Sindienergia-CE, Hanter Pessoa.

O debate foi moderado pelo consultor em energia da FIEC e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, Jurandir Picanço. Já a abertura e encerramento do evento tiveram a condução do presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz.

Durante sua apresentação, Joaquim Rolim contextualizou a importância da Geração Distribuída para os consumidores, para o meio ambiente e para a própria rede de energia, e abordou como a energia oriunda de fontes renováveis e a geração distribuída, de forma especial, têm sido tratadas em outros países.
Rolim ressaltou que a ideia do benchmarking não é adotar o modelo de nenhum desses países, mas, a partir dos estudos e bons exemplos, chegarmos a um modelo próprio para o nosso país.
O coordenador de energia da FIEC também deixou claro que não existe um pensamento contrário da geração distribuída em relação ao pagamento pela utilização das redes. No entanto, para chegar a essa valoração, estudos precisam ser feitos, apontando o percentual, o momento certo e levando em consideração os ônus e os bônus desse tipo de geração.

Dentre os cases de países citados na apresentação com bons estudos e práticas a serem olhadas com atenção, estão: Estados Unidos, Alemanha, China, Austrália, Chile, Japão. Um exemplo interessante é o da Califórnia, nos Estados Unidos, que tem um cenário semelhante ao brasileiro, mas que só começou a cobrar da geração distribuída pela utilização da rede após 20 anos de mercado desse tipo de geração e com 5% de penetração no mercado, ou seja, quando a geração distribuída já estava levemente consolidada no Estado. E, dessa forma, tem visto o mercado de geração distribuída evoluir.

Um outro ponto importante levantado pelo palestrante foi sobre como a geração distribuída pode amenizar a utilização de fontes de energia mais caras e poluentes, a exemplo da térmica. “Se tivéssemos mais geração distribuída, não precisaríamos recorrer a uma energia cara como a das térmicas, nem estaríamos em bandeira amarela atualmente. Haveria excedente de energia”, ressaltou, acrescentando que os estudos mostram também a vantagem da GD diminuir o pico da demanda nos momentos mais críticos do dia, uma vez que, durante a tarde, período que costuma ser mais quente e o uso do ar-condicionado tende a aumentar, o sol também está no seu ápice, assim como a produção de energia solar.

A questão da energia térmica foi, inclusive, destacada pelo diretor de geração distribuída do Sindienergia, Hanter Pessoa. Ele ressaltou que  poluentes de carbono deixam de ser jogados na natureza com a utilização da geração distribuída em detrimento ao uso de termelétricas. Outro ponto importante abordado pelo diretor é que a GD tem possibilitado que estudantes de cursos como Engenharia atuem na sua própria área, o que é muito bom. “Dessa forma, temos aspectos positivos decorrentes da Geração Distribuída ambientais, econômicos e sociais”, ressaltou.

Os convidados Carlos A. F. Evangelista, presidente e co-fundador da ABGD, e a Vice-presidente de Geração Distribuída do Conselho de Administração da ASOLAR, Bárbara Rubim, colaboraram enriquecendo o debate com suas considerações a respeito do tema e respondendo algumas dúvidas do público participante. Bárbara ressaltou o quanto a GD ajuda a amenizar a carga do sistema interligado de maneira geral. “A GD deveria ser remunerada pela redução de perdas no sistema”, enfatizou Rubim.

Carlos Evangelista, por sua vez, lembrou que hoje existem vários projetos de lei na Câmara e no Senado abordando a geração distribuída e enfatizou que é preciso que as entidades representativas do setor busquem se engajar mais nessas propostas, dialogando, em especial, com aquelas que comungam de interesses semelhantes. “É muito importante que a proposta seja levada pelo maior número de entidades. Temos que buscar algo razoável, dentro do factível e exequível”, destacou Evangelista.

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