Durante coletiva realizada nesta quarta-feira (6), o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Amílcar Silveira, reforçaram a urgência de medidas que protejam a economia cearense diante dos impactos causados pelo chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos. Entre os principais pontos abordados, chamou atenção a proposta de campanhas institucionais para incentivar o consumo de produtos locais como forma de preservar empregos e equilibrar a balança econômica do Estado.
“Se o cearense procurar consumir os produtos do Ceará, ajuda a melhorar a economia. Isso vale para tudo: frutas, legumes, verduras, mel, pescado, castanha, cera, água de coco… Precisamos olhar para dentro, valorizar o que é nosso”, destacou Ricardo Cavalcante.
De acordo com estudo da FIEC, apenas a comercialização de frutas, legumes e verduras (FLV) de outros estados no Ceará movimenta cerca de R$ 4 bilhões por ano — uma quantia que poderia circular internamente caso houvesse maior valorização dos produtos regionais.
“A maioria do que consumimos vem de fora. Cerca de 50% dos FLVs nos supermercados são de outros estados. Se essa demanda for suprida com produção local, esse dinheiro fica aqui, gera emprego e renda no nosso Estado”, reforçou o presidente da FIEC.
A preocupação com o desemprego e o colapso de cadeias produtivas também foi central na fala dos presidentes. Ricardo Cavalcante destacou que muitos produtores locais enfrentam dificuldades para escoar a produção devido à redução da demanda externa e à concorrência desigual.
“Vamos ver o olhar de desespero dessas pessoas. A cadeia do mel, do pescado, da castanha, da cera, da água de coco… todos estão sofrendo. Produzem, mas não conseguem vender. E o pior: o que não é comprado aqui, está sendo comprado lá fora. É hora de ajudar quem está aqui.”
Para os dirigentes, o caminho é claro: é preciso mobilizar a sociedade, o setor público e a imprensa em uma grande campanha de valorização do que é feito no Ceará.
“A produção já é feita para atender o local e exportar. Mas o que acontece quando os produtos não saem? Quando o cearense deixa de comprar e prefere algo de fora? A conta chega para os produtores, para as famílias e para a economia como um todo”, alertou Cavalcante.
A FIEC já iniciou articulações com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SEDUCE) para a construção de uma campanha institucional voltada ao estímulo do consumo local. A proposta é que essa mobilização também conte com apoio da imprensa e da sociedade civil.
“O Amílcar falou algo perfeito: vamos comprar esses produtos, vamos estimular o que é nosso. Isso é desenvolvimento, é soberania e é proteção à nossa economia.”