A alimentação é um pilar fundamental para a saúde, e a escolha dos alimentos que
compõem nossa dieta desempenha um papel crucial em nosso bem-estar.
No entanto, um estudo recente, fruto da colaboração entre a Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Santiago do Chile,
revelou uma face sombria associada aos alimentos ultraprocessados. Produtos como
macarrão instantâneo, salsicha, enlatados e afins, apesar de sua conveniência, estão
associados a uma triste estatística: 57 mil mortes no Brasil, segundo dados de 2019.
A epidemia de doenças relacionadas à alimentação, como diabetes, doenças
cardiovasculares e obesidade, tem raízes na escolha cotidiana de consumir alimentos
ultraprocessados.

Estes produtos, muitas vezes ricos em gorduras saturadas, açúcares refinados e aditivos
químicos, contribuem significativamente para a deterioração da saúde da população.
A substituição desses alimentos por opções verdadeiramente saudáveis não é apenas
uma escolha pessoal, mas uma necessidade urgente para a sociedade como um todo.
É preciso enfatizar, porém, que, por uma questão econômica, esses alimentos
infelizmente ainda são uma saída – em muitos lares, a única – por se apresentarem com
valor acessível.

Feita essa observação, a pesquisa em questão evidencia que a troca de alimentos
ultraprocessados por alternativas saudáveis, ainda que bastante difícil para muitas
pessoas, pode ser a chave para reverter essa trágica estatística. Optar por alimentos
frescos, frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras não é apenas uma decisão
consciente, mas um ato de preservação da saúde. A prevenção de doenças relacionadas

à alimentação começa no supermercado e na escolha criteriosa do que levamos para
nossas mesas.

Além do impacto direto na saúde individual, a mudança para uma dieta baseada em
alimentos verdadeiramente saudáveis tem implicações econômicas e sociais
significativas. O sistema de saúde brasileiro sofre uma carga financeira esmagadora
devido às doenças crônicas associadas à má alimentação.
Ao priorizar alimentos nutritivos, podemos aliviar essa pressão, permitindo que os
recursos sejam direcionados para áreas mais produtivas, como a prevenção e a educação
em saúde.

A indústria alimentícia também desempenha um papel vital nessa transformação.
Estimular a produção e o acesso facilitado a alimentos frescos e minimamente
processados é uma responsabilidade que deve ser compartilhada. Campanhas
educacionais, rotulagem clara e incentivos fiscais podem ser instrumentos poderosos para
incentivar a mudança na oferta e na demanda por alimentos mais saudáveis.
Thayná Luna, nutricionista do Núcleo de Saúde – Sesc Juazeiro do Norte
Serviço:

Nutrição – Consultas nutricionais
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