O deputado federal e presidente da Fecomércio Ceará, Luiz Gastão, participou nesta segunda-feira (10) do seminário promovido pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados que discutiu os impactos da escala 6×1 — modelo em que o trabalhador atua seis dias consecutivos e tem apenas um de folga — especialmente no setor do comércio.
Durante o encontro, que contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi destacada a necessidade de modernizar a legislação trabalhista, adequando-a às novas dinâmicas sociais e familiares. O ministro classificou a atual escala como “perversa”, sobretudo para as mulheres, e defendeu a ampliação do descanso semanal: “Precisamos devolver às trabalhadoras e trabalhadores o direito a pelo menos dois dias consecutivos de descanso”.
Em entrevista, Luiz Gastão ponderou que o debate deve ser conduzido com equilíbrio e sensibilidade às realidades de cada segmento econômico. Segundo ele, não é possível impor uma escala única para todos os setores, sendo necessário distinguir entre jornada e escala de trabalho.
“Nós não temos como estabelecer uma escala única para todos os setores. Uma coisa é a escala de trabalho, outra é a jornada, e elas se relacionam entre si. Precisamos discutir o tamanho da jornada e o modelo de escala que será utilizado. Mas não obrigatoriamente todas as categorias terão o mesmo formato. É fundamental criar um ambiente de diálogo que garanta mais tempo livre, dignidade e produtividade aos trabalhadores, mas também equilíbrio nos custos das empresas”, afirmou o parlamentar.
Luiz Gastão reforçou ainda que a discussão sobre a folha de pagamento deve ser encarada como um direito social e não apenas como um custo empresarial, defendendo um caminho que preserve a competitividade sem perder o foco no bem-estar do trabalhador.
O tema segue em análise no Congresso Nacional, com a expectativa de que as propostas de PEC e projeto de lei sobre o fim da escala 6×1 avancem nas próximas semanas.

