Durante entrevista concedida ao Programa do Rubão nesta quinta-feira (29), na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado estadual Guilherme Bismarck defendeu a criação de políticas públicas voltadas à proteção do ecoturismo e ao ordenamento territorial em áreas litorâneas. Em pronunciamento na tribuna, o parlamentar apresentou um novo projeto de lei com o objetivo de preservar os recursos naturais e valorizar a cultura tradicional das comunidades que vivem do turismo sustentável no Estado.
Segundo Bismarck, o turismo cearense depende diretamente da preservação de sua natureza nativa, como falésias, dunas, mananciais e áreas de extrativismo manual, que despertam o interesse de visitantes de todo o Brasil e do exterior. “O turista que vem da Europa, dos Estados Unidos, de São Paulo, quer ver o nosso meio ambiente preservado e a cultura local autêntica. Ele quer boa infraestrutura, claro, mas quer também vivenciar a tradição das marisqueiras, dos artesãos, do extrativismo”, destacou.
O deputado alertou ainda para o avanço da grilagem de terras e o crescimento desordenado em áreas sensíveis, especialmente na região da Rota das Falésias, que abrange municípios como Aracati, Cascavel e Aquiraz. Ele criticou o cercamento irregular de áreas de proteção ambiental e cobrou maior atuação dos órgãos federais como o Ibama e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
Bismarck ressaltou que muitas prefeituras, como a de Fortim, não possuem estrutura suficiente para fiscalizar e coibir irregularidades. “Faltam equipes técnicas e principalmente força de segurança para garantir a proteção dessas áreas. As guardas municipais nem sempre estão presentes, e a dependência da Polícia Militar estadual sobrecarrega o sistema”, pontuou.
O parlamentar reforçou que a defesa do meio ambiente é também uma forma de impulsionar a economia. “O turismo já representa uma fatia significativa do PIB do Ceará. Precisamos investir em políticas que tragam o turista qualificado, com alto ticket médio, e que esses recursos fiquem nas comunidades, gerando emprego e renda”, argumentou.
Ao final, Bismarck reiterou seu apoio a programas habitacionais, mas alertou para a necessidade de planejamento urbano que respeite as áreas ambientais. “É possível conciliar moradia com preservação. Mas não podemos permitir que o crescimento urbano desordenado destrua o nosso principal atrativo: o meio ambiente”, concluiu.