
O Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (COINTEC) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) realizou, na última sexta-feira (02/05), uma reunião seguida de almoço na Casa da Indústria. O encontro teve como objetivo retomar as atividades presenciais do órgão consultivo e promover uma rodada de apresentações de projetos ligados ao ecossistema de inovação e ao desenvolvimento tecnológico no setor produtivo.
A programação foi conduzida pelo presidente do COINTEC, Marcos Soares. Participaram do momento gestores do SESI Ceará, SENAI Ceará, IEL Ceará, Observatório da Indústria do Ceará e Centro Internacional de Negócios (CIN), além de representantes de sindicatos associados, universidades e empresas parceiras. Essa foi a primeira reunião presencial do conselho temático da FIEC desde 2020, uma vez que, durante o período pandêmico, as deliberações ocorreram de forma virtual.
O encontro foi marcado por trocas de conhecimento e pela reafirmação do compromisso conjunto com o avanço de pesquisas e iniciativas inovadoras no estado. Na ocasião, o gerente de Inovação e Tecnologia do SENAI Ceará, Tarcísio Bastos, apresentou a plataforma Rede de Oportunidades. O projeto é resultado da articulação entre colaboradores do SENAI Ceará, SESI Ceará e IEL Ceará, com o apoio do Observatório da Indústria do Ceará e a participação de parceiros como SEBRAE, FINEP, Faculdade Luciano Feijão, INCUBAUECE e NINNA Hub.
“O COINTEC é um importante órgão consultivo da Presidência da FIEC para assuntos ligados à inovação. E hoje estamos em um momento muito relevante de retomada das reuniões presenciais do conselho, que durante a pandemia ficaram todas virtuais. O papel específico do SENAI nesse trabalho é o de trazer contribuições para esse ecossistema de inovação. Hoje estivemos aqui apresentando uma ferramenta coordenada por nós, que é a Rede de Oportunidades. Trata-se de uma plataforma que organiza, em um único ambiente, todas as informações sobre recursos disponíveis para inovação — recursos reembolsáveis e não reembolsáveis — e que se coloca à disposição das empresas, especialmente aquelas interessadas em desenvolver projetos, pois a expertise do SENAI está estruturada justamente para oferecer esse apoio”, explicou Tarcísio.
Durante o evento, o pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Inovação e Relações Interinstitucionais (PROINTER) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Barros Neto, apresentou a Agência de Inovação da UFC (UFC Inova). Lançada em abril deste ano, a unidade tem como objetivo integrar todos os setores envolvidos nos fluxos de inovação e empreendedorismo da instituição de ensino superior, dedicando-se a transformar o conhecimento acadêmico em soluções inovadoras para a sociedade, além de fomentar o empreendedorismo e a criação de negócios de impacto.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também participou do evento com duas apresentações. A primeira foi sobre a unidade Bio-Manguinhos, assim como iniciativas da instituição de ciência e tecnologia em saúde no Ceará, conduzida pela gerente do projeto Bio-CE da Fiocruz, Lorena Drummond Loureiro. A segunda abordou os cursos técnicos oferecidos pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, detalhados pelo analista de gestão em saúde Luís Fernando Pessoa.
Durante apresentação, Lorena Drummond ofereceu uma visão geral sobre a construção do Complexo Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE), no município do Eusébio (CE). Fruto da parceria entre a Fiocruz e o Governo do Estado do Ceará, o projeto integra a estratégia do Ministério da Saúde de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde e contará com investimento de cerca de R$ 1 bilhão, por meio do Novo PAC. A iniciativa visa à produção de ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs) para biofármacos utilizados no tratamento de doenças crônicas, inflamatórias e oncológicas, além de hormônio do crescimento, com potencial para reduzir vulnerabilidades do SUS, fortalecer a produção nacional de insumos e ampliar o acesso universal à saúde.
Com área total de 225 mil m² e 77 mil m² de área construída, o CTIE terá plantas multipropósito com plataformas biotecnológicas baseadas em células animais (CHO e SP2) e bacterianas (E. coli), além de prédios específicos para desenvolvimento tecnológico, controle de qualidade e diversas edificações de apoio. A construção, prevista para ser concluída em 24 meses, deve gerar entre 3,5 mil e 4 mil empregos na fase de obras e cerca de 1 mil postos na operação. A estrutura também será fundamental para viabilizar a incorporação de tecnologias estratégicas por meio das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) conduzidas pela Bio-Manguinhos.